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ANVISA RESTRINGE REGRAS PARA PRESCRIÇÃO E VENDA DO ZOLPIDEM

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, na quarta-feira (15), um aumento do controle para o medicamento Zolpidem, para o tratamento da insônia. Com a mudança, qualquer medicamento contendo a substância deverá ser prescrito por meio de Notificação de Receita B (azul), já que o produto faz parte da lista de substâncias psicotrópicas da norma de substâncias controladas no Brasil.

Esse tipo de receita exige que o profissional que prescreve o remédio seja previamente cadastrado na autoridade local da vigilância sanitária. Segundo a Anvisa, a decisão foi tomada a partir do aumento de relatos de uso irregular e abusivo do Zolpidem.

“A análise conduzida pela Anvisa demonstrou um crescimento no consumo dessa substância e a constatação do aumento nas ocorrências de eventos adversos relacionados ao seu uso. Foi possível ainda identificar que não há dados científicos que demonstrem que concentrações de até 10 mg do medicamento mereçam um critério regulatório diferenciado”, diz comunicado divulgado pela agência.

O que muda com as novas regras?

O Zolpidem já estava enquadrado na lista B1 (psicotrópicos), que é mais restrita, porém, segundo a Anvisa, o adendo 4 dessa mesma lista flexibilizada a restrição e previa que medicamentos com até 10 mg de Zolpidem por unidade posológica seriam equivalentes aos medicamentos da “Lista C1 – Lista de Substâncias Sujeitas a Controle Especial”.

Essa categoria permite que a prescrição seja feita em receita branca de duas vias e não há exigência de que o profissional que prescreve seja previamente cadastrado pela autoridade sanitária local.

Com a exclusão do Adendo 4 da Lista B1 da Portaria 344/1998, a partir do dia 1º de agosto deste ano, a Notificação de Receita B (azul) passa a ser obrigatória para a prescrição e a dispensação de todos os medicamentos à base de Zolpidem, independentemente da concentração da substância.

O prazo foi definido para evitar que os pacientes tenham alguma descontinuidade no tratamento. Com isso, até o dia 1º de agosto, essas pessoas poderão continuar adquirindo o medicamento com a receita anterior até obterem a prescrição adequada.

Além disso, a agência diz que esse é o tempo necessário para que os profissionais que ainda não estão cadastrados para a prescrição em Notificação de Receita Azul possam se cadastrar junto às autoridades sanitárias locais para o recebimento de numerações para confecção dos seus talonários de receituário.

Os medicamentos, incluindo aqueles com embalagem com tarja vermelha, poderão ser dispensados nas farmácias até o final do seu prazo de validade, mediante a apresentação de Notificação de Receita B, em cor azul.

Em relação às empresas fabricantes dos medicamentos com Zolpidem, a adequação de bula e rotulagem deverá ocorrer nos moldes já estabelecidos nas normas da Anvisa.

Até 1º de dezembro de 2024, os fabricantes desses medicamentos poderão fabricá-los com a embalagem com tarja vermelha.  Após essa data, todos os medicamentos fabricados à base de Zolpidem já deverão conter a tarja preta em sua embalagem, conforme é exigido para os medicamentos da Lista B1 da Portaria SVS/MS 344/1998.

O que é Zolpidem e quais são os riscos do uso irregular

O Zolpidem é um medicamento da família dos hipnóticos, que age no organismo induzindo o sono e deve ser usado apenas por um curto prazo de tempo — de acordo com a Anvisa, seu uso não deve ultrapassar quatro semanas. Por isso, ele é indicado para o tratamento da insônia transitória ou ocasional.

“O tratamento além do período máximo não deve ser estendido sem uma reavaliação da condição do paciente, pois o risco de abuso e dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento”, diz a agência.

As vendas do medicamento cresceram no Brasil, principalmente durante e após a pandemia de Covid-19. Em 2018, a Anvisa estima que tenham sido vendidas 13,1 milhões de caixas de Zolpidem no Brasil. Já em 2022, a estimativa disparou para 21,9 milhões de caixas, um aumento de 67% nas vendas.

“Houve um aumento significativo no número de usuários no último ano, e mais significativo no Brasil se comparado com o resto do mundo. A gente pode dizer que o consumo aumentou quase em uma progressão geométrica. [Os médicos] passaram a prescrever devido à falsa sensação de segurança, de que não geraria dependência ou abuso”, diz Dalva Poyares, pesquisadora do Instituto do Sono, em matéria publicada anteriormente na CNN.

De acordo com a pesquisadora, não apenas o acesso ao medicamento aumentou após a onda de prescrições, como também, principalmente, aumentou a “prescrição não monitorada”, facilitando a ocorrência de efeitos colaterais como sonambulismo, apagões de memória, alucinações, entre outros.

*Com informações de Fernanda Pinotti

CNN BRASIL

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Economia

SENADO APROVA ISENÇÃO DO IR PARA QUEM GANHA ATÉ R$ 5 MIL REAIS POR MÊS

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Nesta quarta-feira (5), o Senado Federal aprovou o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Como o texto que veio da Câmara não sofreu alterações, seguirá agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Envio pelo governo Lula ao Congresso, a proposta amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais cria um desconto no imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 por mês. A medida foi uma promessa de campanha de Lula.

Para compensar a redução na arrecadação, fica estabelecido a criação de uma alíquota progressiva de IR para quem recebe acima de R$ 600 mil por ano. O valor da alíquota pode chegar a até 10% para quem ganha R$ 1,2 milhão.

O texto foi aprovado por unanimidade. Após sanção, já deve começar a valer em 2026.

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ARGENTINA AUTORIZA COMPRA DE FUZIS SEMIAUTOMÁTICOS POR CIVIS

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O governo do presidente Javier Milei autorizou a compra e a posse de fuzis semiautomáticos por parte de civis na Argentina, por meio de uma resolução que substitui a proibição vigente desde os anos 90.

A medida, publicada nesta terça-feira (4) no Diário Oficial, estabelece um novo regime de autorização a usuários de armas de fogo de uso civil e a entidades de tiro, que poderão adquirir ou possuir armas semiautomáticas como fuzis, carabinas ou submetralhadoras de assalto, derivadas de modelos militares.

Entre os requisitos, a resolução estabelece que os solicitantes deverão identificar com precisão a arma. Além disso, deverão contar com um Setor de Guarda registrado tipo G2 – um sistema de armazenamento seguro aprovado pelo Registro Nacional de Armas (RENAR) – e apresentar uma declaração juramentada detalhando os fundamentos da solicitação, acompanhada de documentação comprobatória e fotografias.

A reforma substitui o decreto da década de 90, ditado durante o governo do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), que impedia civis de adquirirem fuzis semiautomáticos, exceto se tivessem autorização do Ministério da Defesa.

Milei se pronunciou em reiteradas oportunidades a favor do livre porte de armas e durante sua campanha eleitoral prometeu que flexibilizaria os requisitos para que os civis pudessem ter acesso a elas, seguindo o modelo dos Estados Unidos.

Em dezembro de 2024, o chefe do Executivo argentino reduziu para 18 anos a idade mínima para tramitar a “carteira de legítimo usuário de armas”, documento que configura o primeiro passo necessário para poder solicitar a posse. Segundo os últimos dados oficiais, de 2024, existem 185.535 pessoas com carteira de legítimo usuário na Argentina.

*EFE

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FOLHA DISTRIBUI ENCARTE COM PAPEL USADO EM CIGARROS DE MACONHA

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Leitores do jornal Folha de S.Paulo foram surpreendidos nesta segunda-feira (3) com um encarte, no mínimo, incomum: uma folha de papel de seda, material usado tradicionalmente para enrolar cigarros de maconha. A distribuição fez parte de uma ação publicitária da banda Planet Hemp, que promove sua turnê de despedida, intitulada A Última Ponta.

O anúncio, encartado nas edições impressas vendidas em bancas e enviadas a assinantes, trazia o texto: “Quem tem? Quem tem? Quem tem? Quem tem? Agora você tem”. Abaixo da frase, havia um retângulo pontilhado indicando o espaço para recorte — revelando que o conteúdo era, de fato, papel de seda próprio para consumo de cigarros artesanais.

A campanha foi concebida pela empresa 30e, responsável pela produção dos shows do grupo. A banda é conhecida por letras e discursos em defesa da descriminalização da maconha.

O grupo Planet Hemp, fundado em 1993, foi um dos mais polêmicos do país na década de 90, chegando a enfrentar até uma prisão em 1997, em Brasília, por apologia ao uso de drogas.

A propaganda do conteúdo, por sinal, não ficou restrita ao grupo musical. O próprio jornal fez questão de divulgar o encarte em suas redes sociais e em uma matéria publicada no site do jornal, quando o veículo detalhou a campanha e disse que já defendeu a legalização de drogas leves, como a maconha, em seus editoriais.

A turnê de despedida do Planet Hemp tem shows marcados para São Paulo, no Allianz Parque, no dia 15 de novembro; e no Rio de Janeiro, na Fundição Progresso, em 13 de dezembro.

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