Os russos vão às urnas ao longo dos próximos dias para uma eleição presidencial que deverá dar a Vladimir Putin um quinto mandato no poder, enquanto enfrenta adversários cuidadosamente selecionados pelo Kremlin e que não representam uma ameaça real à sua legitimidade.
A votação acontecerá na Rússia de sexta (15) a domingo (17) – desde as regiões do Extremo Oriente, perto do Alasca, até ao enclave ocidental de Kaliningrado, na costa do Mar Báltico, incluindo partes ocupadas na Ucrânia, anexadas ilegalmente após a invasão lançada há mais de dois anos.
Como a Rússia possui dimensões continentais e 11 fusos horários, as primeiras urnas estão programadas para abrir no extremo leste da Rússia, em Kamchatka, às 17h, no horário de Brasília, desta quinta (14) – 8h, no horário local, de sexta-feira (15).
A votação será encerrada a mais de 7 mil quilômetros de distância dali, em Kaliningrado, às 15h no horário de Brasília de domingo – 20h, no horário local, do mesmo dia.
Em algumas áreas remotas e de difícil acesso, bem como em algumas partes ocupadas na Ucrânia, a votação começou ainda no final de fevereiro.
Apesar dos seus custos e do fato da guerra, que deveria durar algumas semanas, ter entrado no seu terceiro ano, a invasão da Ucrânia forneceu a Putin uma mensagem nacionalista em torno da qual reunir os russos.
Avaliar a opinião popular é difícil em países autoritários como a Rússia, onde muitos têm medo de criticar o Kremlin e as poucas organizações eleitorais independentes e grupos de reflexão operam sob estrita vigilância.
Mas o Levada Center, uma organização não-governamental de pesquisas, reporta que o índice de aprovação de Putin é superior a 80% – um número surpreendente praticamente desconhecido entre os políticos ocidentais, e um aumento substancial em comparação com os três anos anteriores à invasão da Ucrânia.
A guerra também obteve um apoio generalizado, segundo Levada, embora as suas últimas pesquisas mostrem que a maioria dos russos apoia as conversações de paz.
CNN BRASIL