Uma operação da Polícia Federal, esta semana, desmantelou uma quadrilha que contrabandeava diamantes do Brasil para vários países do mundo.
A investigação começou em 2020, depois que um suspeito da cidade de Piracicaba, no interior paulista, foi preso no Aeroporto Internacional de São Paulo com diamantes brutos. O destino das pedras preciosas era Dubai, nos Emirados Árabes. Desde então, o grupo criminoso ligado ao homem passou a ser monitorado.
Todos os arquivos que os suspeitos salvavam no celular e nos computadores ficavam armazenados online, na nuvem, e os investigadores tinham acesso às atividades em tempo real. O resultado foram milhares de fotos e vídeos que mostram a rotina da organização. Também houve interceptações de conversas via telefone e aplicativos, com mais de 90 mil áudios.
Os próprios bandidos se incriminaram, registrando em vídeo desde a extração ilegal até o fechamento do negócio. As imagens, obtidas com exclusividade pelo Fantástico, mostram diamantes em estado bruto, o processo de seleção das pedras e até como escondê-las para o transporte nacional e internacional.
“Fala, Gui! Boa tarde. Tudo bom? Meu irmão, estou mandando em um saquinho aqui os diamantes. O diamante está solto aqui no meio para não chamar atenção, né? Quando chegar aí na sua casa, você coloca um papel sulfite branco e despeja o material com cuidado em cima”, orienta um dos membros da quadrilha em áudio.
O Gui a quem o vendedor se refere, de acordo com a investigação, é Guilherme Cipriani, preso nos Estados Unidos após alerta da PF. O pai dele era presidente da TransBrasil quando a companhia aérea teve falência decretada, em 2001, em meio a acusações de desvio de bens e calote.
Questionado se existe uma estimativa de quanto a quadrilha movimentava, o delegado afirma:
“Aproximadamente, R$ 30 milhões em um período de pouco mais de oito meses”.
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