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“Revolta” por inelegibilidade de Bolsonaro pode ajudar PL no Rio Grande do Sul

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decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou Jair Bolsonaro inelegível por oito anos, na semana passada, é vista como um fator que pode potencializar no Estado o PL, partido do ex-presidente, atraindo eleitores desgostosos com a punição, com potencial de eleger filiados da sigla nas eleições municipais do ano que vem. Essa visão é das lideranças do partido, embora adversários vejam que a decisão fragmente o campo bolsonarista.

“Lamentamos a decisão equivocada do TSE, mas vai deixar o povo mais revoltado ainda. E vão fazer 2024 a resposta nas urnas”, afirma o presidente estadual do PL, deputado federal Giovani Cherini. 

O também deputado federal Bibo Nunes (PL) diz que a situação “empolga” militantes do PL, com mais pessoas buscando candidaturas nos municípios gaúchos em 2024.

“Foi um impulso, um grande ânimo em meio aos patriotas”. A meta, valendo-se dessa “revolta”, citada por Cherini, é eleger cem prefeitos, 80 vices e 500 vereadores no RS. Atualmente, o partido conta com 19 prefeitos, 27 vices e 90 vereadores no RS.

Decisão “comemorada”

Para o professor do Programa de Pós-graduação (PPG) em Ciência Política da Ufrgs, Rodrigo Stumpf González, a condenação, mesmo que não publicamente, pode ser “comemorada”. Ele entende que, mesmo havendo uma sanção pessoal a Bolsonaro, o bolsonarismo pode se valer eleitoralmente da situação.

“Bolsonaro vinha tendo sua imagem prejudicada nos últimos meses por escândalos de maior ou menor monta. O julgamento e uma condenação, de alguma forma, ajudam a reforçar a noção que ele vinha tentando mostrar de uma vítima do sistema.” González enfatiza, no entanto, que discussões de natureza mais ideológica acabam ficando em segundo plano em eleições municipais. 

“Os eleitores locais são menos inflamados por esse tipo de debate e mais preocupados com quem vai tapar o buraco da rua, manter o lixo sendo recolhido. Pode, sim, influenciar os processos de aliança. No sentido que algum nome ligado ao bolsonarismo possa se projetar como candidatura viável e fortalecer alianças.”

Esquerda vê fragmentação

Em outra frente, a deputada federal Maria do Rosário (PT), acredita que a fragmentação no campo da direita, com a saída de Bolsonaro do cenário, abre brechas. Ela diz estar “pessoalmente engajada” para que, em Porto Alegre, o campo mais à esquerda aproveite essa fragmentação.

“Na Capital, acredito que há espaço para uma candidatura progressista que reúna em si todos os setores da esquerda e que consiga, ainda, dialogar com a amplitude dos setores democráticos, enfrentando a gestão atual, que, agora, se encontra órfã por conta da decisão do TSE. Sabemos das predileções do atual prefeito”, diz.

Em Porto Alegre, o PL, partido de Bolsonaro, já garantiu apoio a Sebastião Melo (MDB) para a reeleição, tendo como vice novamente Ricardo Gomes (PL).

Projetos buscam reversão

Partiram de parlamentares gaúchos os primeiros movimentos práticos buscando, de alguma forma, a reversão da inelegibilidade de Bolsonaro. Na última sexta-feira, foi protocolado um projeto de lei na Câmara dos Deputados, de autoria de Ubiratan Sanderson (PL). O texto defende anistia a todos os casos de ilícitos eleitorais civis.

“Nem crime eleitoral é. Falando entre aspas seria um crime de menor potencial ofensivo.” O projeto exclui da anistia casos de crimes hediondos, racismo, terrorismo e corrupção.

Sobre o caso do ex-presidente, o parlamentar entende que o processo foi “sem relevância penal alguma” e que o intuito da condenação seria “calar o maior líder da direita do Brasil e um dos maiores líderes mundo afora”.

Um outro projeto deve ser protocolado na manhã desta terça-feira. De autoria de Bibo Nunes, o texto prevê a redução da inelegibilidade de oito para dois anos. Segundo ele, a justiça comum é quem vai penalizar políticos corruptos, que seguirão sem poder concorrer por conta da Lei da Ficha Limpa.

“Não é justo o que aconteceu com Bolsonaro. Por uma fala com embaixadores que sequer vota no Brasil, por uma opinião, ficar oito anos inelegível”, afirma. Já Cherini garante que o PL vai “lutar com unhas e dentes” para que Bolsonaro possa disputar as eleições presidenciais em 2026.

-CORREIO DO POVO

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MULHER NUA É ABORDADA EM ORLA E CONFESSA TER MATADO O PAI

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Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante por homicídio na cidade de Itanhaém (SP), neste sábado (16). Ela caminhava nua pela orla da praia quando foi abordada por guardas municipais, momento em que confessou ter esfaqueado o próprio pai, de 74 anos.

Os policiais foram até o apartamento onde pai e filha moravam e encontraram a vítima morta com várias perfurações causadas por faca. As informações são da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

A mulher recebeu atendimento médico e foi levada à delegacia do município, onde permaneceu presa. Ela disse à polícia que cometeu o crime devido ao estresse acumulado nas atribuições por cuidar do idoso.

– O cenário que nós colhemos é de uma pessoa que tinha a incumbência de cuidar do seu pai e esse cenário, essas atribuições dela, de cuidados com o pai foram se alargando ao longo do tempo por conta dele ter ficado mudo – disse o delegado Luiz Carlos Vieira.

A faca e equipamentos eletrônicos encontradas no local do crime foram recolhidos para perícia.

*Com informações AE

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Câmara de Vereadores de Constantina Informações

INFORMATIVO DA CÂMARA DE VEREADORES DE CONSTANTINA 16/08/2025

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JUIZ QUE LIBEROU PRESO COM 86 PASSAGENS É MARIDO DE TIBURI

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No fim de julho, uma decisão do juiz Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, provocou forte repercussão no meio jurídico e na opinião pública. O magistrado determinou a soltura de Patrick Rocha Maciel, de 20 anos, preso por roubo e dono de um histórico criminal impressionante: 86 anotações envolvendo furtos, porte de arma, lesão corporal e ameaças.

A ordem de liberdade ganhou contornos ainda mais controversos quando veio à tona a vida pessoal de Casara. Casado com a filósofa petista Marcia Tiburi — célebre pela frase “sou a favor do assalto”, que ela chama de “provocação filosófica” —, o juiz divide com a esposa um histórico de militância política e trabalhos conjuntos, como a peça Um Fascista no Divã, obra que satiriza a direita e critica Jair Bolsonaro (PL).

No caso de Maciel, o Ministério Público havia se posicionado pela manutenção da prisão preventiva. As imagens das câmeras de segurança mostravam o acusado arrombando portões e levando equipamentos eletrônicos de uma farmácia em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Ainda assim, Casara entendeu que “a existência de anotações na folha penal não é pressuposto da prisão cautelar”.

O magistrado impôs medidas alternativas brandas: comparecimento mensal em cartório e proibição de deixar o estado por mais de sete dias, ambas válidas por apenas 100 dias. Críticos consideraram a decisão um símbolo da fragilidade do sistema judicial. O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), por exemplo, reagiu nas redes, afirmando que “a porta giratória das audiências de custódia precisa acabar”.

Rubens Casara é autor de obras como Prisão: Além do Senso Comum e Estado Pós-democrático: Neo-obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis. Suas ideias partem de um viés antipunitivista e anticapitalista. Sua esposa, Marcia Tiburi, candidata derrotada do PT ao governo do Rio em 2018, também adota discursos semelhantes, associando o neoliberalismo a formas de opressão comparáveis ao ato de roubar.

Desde a década passada, Casara já demonstrava alinhamento político com a esquerda, chegando a pendurar um retrato de Che Guevara em seu gabinete e a participar de atos com líderes do PSOL e MST. Em 2016, discursou contra o impeachment de Dilma Rousseff na orla de Copacabana, dizendo falar “como juiz de direito, não de direita”

Por essa razão, foi investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por atuação político-partidária, mas o caso acabou arquivado — decisão reforçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em voto do ministro Ricardo Lewandowski, coincidentemente um indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Suprema Corte.

Membro do grupo Prerrogativas, que se opôs à Lava Jato e defende Lula, Casara protagonizou embates diretos com Sergio Moro. Em 2015, em audiência no Senado, comparou a proposta de prisão após segunda instância às práticas da Alemanha nazista e do fascismo italiano. A medida era algo defendido pelo hoje senador.

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