O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) recebeu o Pleno.News em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde nos concedeu uma entrevista exclusiva. Na oportunidade, ele falou sobre uma possível elegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para 2026, sobre a crise do Supremo Tribunal Federal (STF) ante a opinião pública, o papel do Senado e a gestão Rodrigo Pacheco, além de criticar duramente o governo Lula e a doutrinação ideológica nas escolas e universidades.
O parlamentar pontuou a respeito da possibilidade do Congresso Nacional anistiar os manifestantes do 8 de janeiro que se encontram presos por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele revelou que os relatos que recebe acerca desses detentos é algo muito comovente e toca o coração “de qualquer parlamentar dessa Casa”.
– É impossível não se simpatizar, não se condoer com essa injustiça que está acontecendo. (…) A temperatura da anistia está crescendo muito; porque, na minha opinião, futuramente, eu espero que a gente faça um Senado grande, forte o bastante, com um presidente que seja, tenha convicção da defesa da democracia, um presidente do Senado, que tenha convicção de defesa da democracia (…). Eu vejo que a temperatura da anistia cresce aqui dentro do Congresso, é uma coisa que se fala muito nos corredores, e eu acredito que a gente vai sim conseguir, ainda neste governo, e não muito tempo para frente, aprovar a anistia e devolver essas pessoas para suas famílias, e voltar, se Deus quiser, um dia, a prender verdadeiramente os criminosos – disse.
Quanto à chance de Jair Bolsonaro conseguir seus direitos políticos para concorrer já em 2026, o deputado se mostrou otimista e falou em “duas vertentes”.
– Uma é a nova composição do TSE que, teoricamente daria uma votação de 4 a 3 para o bom senso, não vou nem usar a palavra direita, para o bom senso, e nós temos também projetos de lei aqui na Casa, que vão exatamente nesse sentido, de anistiar parlamentares ou políticos cometidos com crimes que não têm a ver com erário público, que não têm a ver com integridade física, com violência, para que essas pessoas possam, não precisem perder os seus direitos políticos.
Gayer falou sobre a esperança de uma renovação no Senado Federal em 2027 e os efeitos salutares à democracia que surgirão de uma nova composição da Câmara Alta.
– Eu espero que seja em 2027. Se não for em 2027, nas próximas eleições, mas em algum momento o que está acontecendo tem que acabar. A indignação, a insatisfação, a revolta, ela já é palpável. Embora ainda o medo, em uma parcela da população de reagir, possa ser maior do que o sentimento de revolta, isso vai mudar. As pessoas já não aguentam mais vendo senhorinhas sendo presas, corruptos sendo liberados. É um deboche na cara do povo. A gente aprova o fim da saidinha que é um clamor popular. O STF fala abertamente que vai derrubar. Então, em algum momento isso vai acabar. Eu espero que seja em 2027.
Em relação ao rumo do governo Lula, o deputado foi contundente.
– Se a gente for analisar pelo mesmo prisma gráficos, indicadores do governo Lula, do governo Dilma, o governo Lula tá seguindo o mesmo padrão, só que mais acelerado. Nós estamos vendo aí um colapso econômico, o dólar não para de subir, o dólar subiu 10% este ano, graças às declarações que ele fala. O investimento tá indo embora, o preço dos alimentos tá aumentando, os impostos e mais e mais tributos, cortes na educação, a insatisfação generalizada em relação a esse governo, isso com apenas um ano e seis meses. (…) O Congresso, o centro, eu digo, da Câmara dos Deputados, vai abandonar o governo. Inclusive, já está abandonando.
Respondendo sobre a solução para evitar a doutrinação ideológica de crianças e adolescentes nas escolas, Gayer falou sobre uma plataforma que age como antídoto dessa má prática antipedagógica.
– A gente criou uma plataforma que se chama “Nossos Filhos”. Nela, nós colocamos ali, listamos todas as escolas de Goiás, todas as escolas, e começamos a divulgar para os pais, em grupos de escolas, nas minhas redes sociais, falando o seguinte: “Olha, se houver alguma doutrinação na sua escola contra o seu filho, vamos fazer esse relato, colocar aqui nessa plataforma, e a gente vai atrás e mobilizar os pais daquela região”. Então, um professor de uma determinada escola fala que a polícia é responsável pela barbárie em uma escola caríssima, no setor mais nobre de Goiânia. Ele solta uma charge, vou dar um exemplo para você, falando que a polícia é responsável pela barbárie na sociedade. E o pai do aluno colocou na plataforma, eu recebi, joguei nas minhas redes, e mobilizei os pais. “Pais da escola tal, o professor falou isso, vocês vão aceitar?”. Os pais foram até a escola, reclamaram. Eu estou falando assim, 20, 30 pais ligando, indo lá, reclamaram, no final do dia, o que aconteceu? Esse professor foi demitido. (…) O que que eu fiz? Eu dei voz aos pais!
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