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DEBATE NOS EUA PODE SER UM DOS MAIS VIOLENTOS DA HISTÓRIA

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Debates presidenciais são agressivos por natureza. O que a CNN promoverá nessa quinta-feira, 27, entre o ex-presidente Donald Trump e o atual, Joe Biden, tende a ser um dos mais violentos da história. Isso porque o objetivo de ambos será provar que o outro não tem condições de exercer o cargo.

Os assessores de Biden estão preparando o presidente para ouvir “coisas horríveis” sobre sua família, conforme apurou a CNN. Trump sabe que Biden é emotivo e muito apegado à família, e tentará desestabilizá-lo trazendo o assunto da condenação de seu filho Hunter Biden, por posse de arma quando ainda estava em reabilitação de dependência de drogas.

Será o contra-ataque de Trump, quando Biden, por sua vez, chamar o ex-presidente de “condenado” por fraude empresarial para encobrir seu caso com uma atriz pornográfica e de réu em outros três processos criminais, envolvendo suas tentativas de reverter a derrota eleitoral em 2020 e o desvio de documentos confidenciais.

Trump tentará demonstrar que esses processos são a prova de que a Justiça está a serviço dos democratas, que não conseguem derrotá-lo nas urnas. E que Biden também foi investigado por reter documentos confidenciais em sua casa (embora os tenha devolvido quando requisitados, ao contrário de Trump).

Biden deverá repetir a acusação de que Trump representa valores “antiamericanos” por ter tentado subverter a democracia do país. Já o ex-presidente tentará provar que seu rival está gagá, e sem condições físicas e mentais de presidir os Estados Unidos. Os ataques pessoais de ambos os lados poderão predominar no debate.

Fora isso, os temas mais importantes serão: a economia, o direito ao aborto, a imigração e a atuação dos Estados Unidos frente à China, à guerra na Ucrânia e ao conflito entre Israel e o Hamas.

Normalmente, em debates presidenciais, o candidato à reeleição é pressionado pelo adversário com críticas aos resultados de seu governo, o que coloca o incumbente naturalmente na defensiva. Nesse caso, no entanto, o desafiante também foi presidente. Esse é um segundo aspecto que elevará a agressividade do embate, já que Biden também partirá para o ataque ao desempenho de Trump entre 2017 e 2021.

Isso ficará mais evidente na economia. O governo Biden ostenta bons números: 3,3% de inflação; 4% de desemprego, tecnicamente considerado emprego pleno; e 4,3% de crescimento anualizado. A taxa básica de juros, no entanto, continua alta, na faixa de 5,25% a 5,5%.

A razão disso é justamente o mercado de trabalho aquecido, que puxa os salários para o alto e, consequentemente, potencialmente pressiona os preços. Esse é o calcanhar de Aquiles de Biden. Trump é um defensor de juros baixos, que agradam ao eleitorado. Os juros mantêm o preço da hipoteca e do aluguel altos.

A inflação anual atingiu um pico de 9,1% em junho de 2022. De lá para cá, o índice desacelerou significativamente, mas os preços estacionaram em um patamar alto, o que castiga principalmente o eleitorado de baixa renda, que tende a votar nos democratas.

Trump deverá acusar Biden de ter escancarado as fronteiras para a entrada de estrangeiros criminosos e para chineses que estariam criando um exército clandestino nos Estados Unidos, ainda que sem apresentar provas disso. Biden poderá responder que acaba de adotar as regras mais restritivas para imigração, pelas quais as fronteiras se fecham se atravessarem 2.500 pessoas em busca de asilo em um dia, e só se reabrem quando o número de postulantes cair para 1.500. Esse número chegou, no auge, a 10 mil.

O presidente poderá argumentar também que a bancada republicana no Senado, por orientação de Trump, bloqueou em fevereiro a aprovação de US$ 20 bilhões para reforçar os controles na fronteira com o México, dentro de um pacote de US$ 118 bilhões que incluía também ajuda para a Ucrânia, Israel e Taiwan.

Trump nomeou três juízes conservadores para a Suprema Corte, o que levou à revogação da jurisprudência que garantia o direito ao aborto, há exatos dois anos. Isso indispôs muitas eleitoras contra Trump e os republicanos. Biden pretende explorar esse tema, defendendo a aprovação de uma lei federal que restabeleça a garantia.

Ciente do prejuízo eleitoral, Trump tem matizado sua posição. Ele agora promete que não assinará uma lei federal banindo o aborto, e defende que cada estado decida sobre o tema.

Numa eleição tão disputada, ambos os candidatos se veem obrigados a recalibrar suas posições para compensar ganhos do adversário. Isso aconteceu com Biden no tema da imigração e com Trump no do aborto.

Política externa não costuma ter peso em eleições presidenciais nos Estados Unidos. Este ano, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e a crescente rivalidade com a China rompem essa tradição. Trump procurará retratar Biden como um líder “fraco”, incapaz de impor a vontade dos Estados Unidos na cena internacional.

O ex-presidente se apresenta como mais “duro” em relação à China, como o único capaz de “resolver” a crise na Ucrânia (sem explicar de que forma) e como aliado incondicional de Israel. Biden tem posições mais nuançadas em relação aos três temas.

Em contraposição à linha mercantilista de Trump, que arrancou da China o aumento de US$ 200 bilhões das importações de produtos americanos por dois anos, Biden adotou sanções que bloqueiam o acesso dos chineses a semicondutores estratégicos.

Diante da posição simpática de Trump em relação à Rússia de Vladimir Putin, Biden lidera o apoio da Otan à Ucrânia. O presidente enfrentou críticas veementes da ala esquerda de seu partido à campanha de Israel na Faixa de Gaza, e tem pressionado o governo de Benjamin Netanyahu a não levar adiante a ofensiva terrestre em Rafah, a garantir a entrada de ajuda humanitária, a fazer um acordo com o Hamas para libertação dos reféns em troca de um cessar-fogo, e a apresentar um plano para o fim da guerra.

Biden deverá defender também a sua Lei de Redução da Inflação, com subsídios para a transição energética, o combate às mudanças climáticas e a repatriação de indústrias. Trump igualmente prometerá protecionismo, mas se colocará a favor da indústria do petróleo e da manutenção dos hábitos de consumo dos americanos.

As diferenças de substância são grandes e deverão ficar visíveis, mesmo em meio à agressividade dos ataques pessoais.

CNN BRASIL

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MULHER NUA É ABORDADA EM ORLA E CONFESSA TER MATADO O PAI

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Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante por homicídio na cidade de Itanhaém (SP), neste sábado (16). Ela caminhava nua pela orla da praia quando foi abordada por guardas municipais, momento em que confessou ter esfaqueado o próprio pai, de 74 anos.

Os policiais foram até o apartamento onde pai e filha moravam e encontraram a vítima morta com várias perfurações causadas por faca. As informações são da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

A mulher recebeu atendimento médico e foi levada à delegacia do município, onde permaneceu presa. Ela disse à polícia que cometeu o crime devido ao estresse acumulado nas atribuições por cuidar do idoso.

– O cenário que nós colhemos é de uma pessoa que tinha a incumbência de cuidar do seu pai e esse cenário, essas atribuições dela, de cuidados com o pai foram se alargando ao longo do tempo por conta dele ter ficado mudo – disse o delegado Luiz Carlos Vieira.

A faca e equipamentos eletrônicos encontradas no local do crime foram recolhidos para perícia.

*Com informações AE

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Câmara de Vereadores de Constantina Informações

INFORMATIVO DA CÂMARA DE VEREADORES DE CONSTANTINA 16/08/2025

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JUIZ QUE LIBEROU PRESO COM 86 PASSAGENS É MARIDO DE TIBURI

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No fim de julho, uma decisão do juiz Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, provocou forte repercussão no meio jurídico e na opinião pública. O magistrado determinou a soltura de Patrick Rocha Maciel, de 20 anos, preso por roubo e dono de um histórico criminal impressionante: 86 anotações envolvendo furtos, porte de arma, lesão corporal e ameaças.

A ordem de liberdade ganhou contornos ainda mais controversos quando veio à tona a vida pessoal de Casara. Casado com a filósofa petista Marcia Tiburi — célebre pela frase “sou a favor do assalto”, que ela chama de “provocação filosófica” —, o juiz divide com a esposa um histórico de militância política e trabalhos conjuntos, como a peça Um Fascista no Divã, obra que satiriza a direita e critica Jair Bolsonaro (PL).

No caso de Maciel, o Ministério Público havia se posicionado pela manutenção da prisão preventiva. As imagens das câmeras de segurança mostravam o acusado arrombando portões e levando equipamentos eletrônicos de uma farmácia em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Ainda assim, Casara entendeu que “a existência de anotações na folha penal não é pressuposto da prisão cautelar”.

O magistrado impôs medidas alternativas brandas: comparecimento mensal em cartório e proibição de deixar o estado por mais de sete dias, ambas válidas por apenas 100 dias. Críticos consideraram a decisão um símbolo da fragilidade do sistema judicial. O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), por exemplo, reagiu nas redes, afirmando que “a porta giratória das audiências de custódia precisa acabar”.

Rubens Casara é autor de obras como Prisão: Além do Senso Comum e Estado Pós-democrático: Neo-obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis. Suas ideias partem de um viés antipunitivista e anticapitalista. Sua esposa, Marcia Tiburi, candidata derrotada do PT ao governo do Rio em 2018, também adota discursos semelhantes, associando o neoliberalismo a formas de opressão comparáveis ao ato de roubar.

Desde a década passada, Casara já demonstrava alinhamento político com a esquerda, chegando a pendurar um retrato de Che Guevara em seu gabinete e a participar de atos com líderes do PSOL e MST. Em 2016, discursou contra o impeachment de Dilma Rousseff na orla de Copacabana, dizendo falar “como juiz de direito, não de direita”

Por essa razão, foi investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por atuação político-partidária, mas o caso acabou arquivado — decisão reforçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em voto do ministro Ricardo Lewandowski, coincidentemente um indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Suprema Corte.

Membro do grupo Prerrogativas, que se opôs à Lava Jato e defende Lula, Casara protagonizou embates diretos com Sergio Moro. Em 2015, em audiência no Senado, comparou a proposta de prisão após segunda instância às práticas da Alemanha nazista e do fascismo italiano. A medida era algo defendido pelo hoje senador.

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