O senador Romário (PL-RJ) usou um adjetivo curioso para elogiar o pastor Silas Malafaia. Segundo o ex-jogador, o líder religioso é “pica de cachorro”. Romário já usou esse adjetivo para se referir a Ronaldo Fenômeno, por exemplo.
– Pastor e amigo Silas Malafaia, com todo o respeito do mundo, o senhor é pica de cachorro. Respeita – escreveu.
O comentário foi feito em uma publicação de Malafaia do último sábado (26), na qual o pastor volta a criticar Pablo Marçal. Desta vez, as críticas se deram pela sabatina que o empresário e candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo promoveu com Guilherme Boulos (PSOL) que disputava o segundo turno com Ricardo Nunes (MDB).
Malafaia viu a iniciativa de Marçal com péssimos olhos:
– Você já viu alguém da direita fazer entrevista com a esquerda e levantar a bola? Nunca vi. Essa é a prova de que Pablo Marçal nunca foi da direita. Ele é uma farsa. Ele é um oportunista. Qual a história desse cara, gente? Ele aparece em 2022 e some. E aparece agora em 2024 – disparou.
E continua:
– Esse cara é um manipulador. Ele ficou rico às custas de otários, desculpe, na ganância de querer ter, de querer ficar rico, vendendo cursos e palestras. Esse cara nunca construiu patrimônio com história. Ele veio para dividir. Ele só tem interesse pessoal. Ele não tem interesse nenhum.
No dia anterior, na sexta-feira (25), Malafaia já havia adiantado sua avaliação sobre a sabatina em entrevista ao Pleno.News. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec) disse considerar que Marçal é “o maior mal da história da Igreja Evangélica brasileira” e que possui problemas psicológicos que precisam ser tratados. A entrevista completa pode ser conferida neste link.
ENTENDA
Terceiro colocado na disputa pela Prefeitura paulistana, Marçal decidiu lançar um desafio aos dois candidatos que concorrem ao segundo turno: Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Trata-se de uma sabatina ou uma espécie de “entrevista de emprego”, na qual ele se colocaria como mediador em live transmitida em seu canal no YouTube. Entretanto, apenas o psolista aceitou o convite.
– Eu fui a pessoa mais atacada pelo Marçal durante a campanha inteira. Até laudo falso na véspera do primeiro turno contra mim ele lançou. Mas eu não faço política com ressentimento, não faço política com rancor. E o diálogo também será com as pessoas que votaram nele no primeiro turno, que apostaram nele – disse Boulos.
Na equipe do psolista, a avaliação é de que o candidato não teria nada a perder na sabatina e ganharia a oportunidade de falar diretamente com o público que precisa atrair.
Marçal, por sua vez, prometeu conduzir a live de forma respeitosa conforme seu papel de entrevistador, fazendo “perguntas técnicas”. Também disse que usaria sua experiência como recrutador de empresas para ajudar os eleitores indecisos a escolherem, embora tenha destacado que “não vota em comunista”.
A iniciativa não foi bem recebida por parte da direita. Como apenas o psolista aceitou, uma parcela dos conservadores encarou negativamente a ideia de dar exposição para o político de esquerda falar justamente para o público que visa atingir. Há, por outro lado, outros que defenderam o empresário por enxergar na sabatina uma “jogada de marketing”.
PLENO.NEWS