A torcida pede raça e entrega dos jogadores em campo. Os dirigentes, por seu lado, exigem atitude do time. No meio de tudo isso, Mano Menezes, flertando com a crise e já pressionado pelas más atuações e falta de resultados, defende a continuidade do trabalho como única forma de voltar a uma rotina de vitórias. Enquanto isso, o técnico está preocupado em reacender a “faísca” do Inter.
“Eu sou o maior responsável por tudo o que está acontecendo. Se alguém pensou que não estou assumindo a minha responsabilidade, entendeu errado. Não vou transferir para outras pessoas, especialmente os jogadores. Não temos dificuldade de entendimento. Nossa dificuldade é na execução. E isso não se deve à falta de qualidade técnica. É uma questão de momento. Nessa hora precisamos ter frieza para analisar as coisas e, principalmente, trabalhar”, afirmou Mano, que continua: “Aquele gol do Nacional apagou aquela faísca que tínhamos ligado contra o CSA. Para reacender, teremos de trabalhar e reconstruir tudo isso de novo”.
O ambiente no Beira-Rio é ruim, mas nenhuma mudança radical está no horizonte colorado neste momento. A garantia, ao menos, vem da diretoria. “O Mano Menezes é nosso treinador e não vou apontar dedo para ninguém neste momento difícil. Temos a nossa análise interna, mas sigo acreditando muito no trabalho do Mano. Vamos reverter essa situação. Ele tem experiência para lidar com as dificuldades do momento do time e saberá reverter isso tudo. Vamos virar essa chave”, afirmou o vice-presidente de futebol Felipe Becker, instantes depois de o Inter perder para o Athletico-PR, quarta-feira à noite, por 2 a 0, no Beira-Rio.
A derrota foi muito lamentada no vestiário. Foi a primeira após dez meses de invencibilidade do time colorado dentro de casa, contra um adversário que foi amplamente dominado no primeiro tempo. “O ambiente, hoje, é horrível. Mas vai melhorar. Vamos trabalhar e, com mais atitude e entrega de todo mundo, vamos conseguir reverter essa fase”, continuou o vice de futebol.
Mano também mostrou-se constrangido após a partida. Mais uma vez, ele não encontrou uma explicação plausível para o fato de o Inter não ter aproveitado a sua boa atuação no primeiro tempo para fazer os gols que poderiam lhe garantir a vitória em casa. “No futebol, nem todas as perguntas têm respostas”, filosofou o treinador, que, mais uma vez, demonstrou algum abatimento inclusive durante a partida, na beira do gramado.
-CORREIO DO POVO