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Educação

Violência nas escolas: estados definem protocolos de combate

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Governos estaduais divulgaram na última semana protocolos de ações para combater ameaças à comunidade escolar. 

Em geral, a partir das características e estruturas de cada unidade federativa, foi proposto que as secretarias atuem de forma integrada também com os órgãos de inteligência As alternativas incluem, por exemplo, ampliação do policiamento escolar, telefones para denúncia e até medidas como o “botão do pânico”. 

Por outro lado, professores chamam a atenção para o fato de que é necessário aperfeiçoar medidas protetivas, e que as secretarias atuem em rede. 

Diretora do Sindicato dos Professores de Escolas Públicas do Distrito Federal, Luciana Custódio afirma que é preciso evitar militarização de escolas, que tem se mostrado ineficiente. “Temos múltiplas realidades: escolas com estrutura e outras sem condições, em comunidades desassistidas. É preciso que a escola seja, de fato, um ambiente de paz.”

Nas administrações estaduais, o fluxo que deve ser seguido para dar agilidade às denúncias foi pormenorizado para que as reações contra a violência sejam mais rápidas.

Confira propostas do DF e de nove estados

São Paulo

Em São Paulo, o governo do estado anunciou a contratação (temporária) de 550 psicólogos para atendimento nas escolas estaduais, além de mil vigilantes de empresas de segurança privada que vão trabalhar nas unidades, desarmados. Nessas contratações serão gastos R$ 240 milhões.

Segundo o governo paulista, cada psicólogo deverá atuar em, ao menos 10 escolas, e fazer uma visita por semana em cada colégio. Quanto à vigilância privada, o objetivo é que o segurança esteja todos os dias nas unidades.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, o governo estadual criou o Comitê Permanente de Segurança Escolar, com representantes da segurança pública e da Secretaria da Educação para atuar na prevenção às situações de violência nas escolas públicas e privadas.

Também foi apresentado pela Polícia Militar (PM) o aplicativo Rede Escola, inspirado no Rede Mulher. A ferramenta, que deve entrar em operação em até dois meses, vai conectar diretamente os profissionais da rede de ensino à Polícia Militar.

A PM destacou o reforço da patrulha escolar e a criação do aplicativo Rede Escola, que já está em fase de implantação. “Uma ação desenvolvida pela secretaria e em fase de conclusão é o treinamento de gerenciamento de crise e protocolos de segurança para os profissionais da educação”, informou o secretário de Polícia Militar, coronel Henrique Pires. 

Quanto às ameaças, a secretaria tem um protocolo contra ameaças implementado em todas as 1.549 escolas.

Distrito Federal

No Distrito Federal (DF), o governo anunciou, na semana passada, um conjunto de medidas para prevenção da violência e reforço da segurança para as 1.624 escolas e creches das redes pública e privada, além de faculdades e universidades.O reforço inclui aumento no efetivo policial, com a participação de vigilantes. 

Outra ação é a ampliação do monitoramento de perfis em redes sociais com histórico de apologia à violência e também investigação de postagens da deep web (área da internet não encontrada pelas ferramentas de busca, o que é aproveitado para compartilhamento de conteúdo ilegal).

“O efetivo do batalhão escolar da PM está sendo aumentado para estar presente na grande maioria das unidades do DF”, disse o secretário Sandro Avelar, conforme divulgou a agência de comunicação do governo local. 

Mato Grosso do Sul

O governo de Mato Grosso do Sul anunciou reforço da ronda policial nas escolas, com viaturas e helicópteros, ampliação do monitoramento com novas câmeras e um dispositivo chamado de “botão do pânico” para eventuais emergências.

Para usar corretamente o dispositivo, os profissionais da educação passarão por treinamento e capacitação. As ações são consideradas preventivas e terão parceria com iniciativas como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd) e os projetos Bom de Bola, Bom na Escola, Projeto Florestinha e Bombeiros do Amanhã.

Outra ação é ampliação de câmeras de vigilância 24 horas por dia nas 348 escolas estaduais do estado. Outra ação foi o lançamento do Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar, que será um espaço dentro da Central de Monitoramento das Escolas com policiais que vão acompanhar as investigações. O treinamento para professores em casos de necessidade de evacuação da escola vai ser intensificado, informou o governo.

Pernambuco

Em Pernambuco, o governo anunciou a ativação de um número de telefone exclusivo para emergências escolares (197). A finalidade é que  professores, alunos, pais ou qualquer pessoa que tenha conhecimento de ameaças possa acionar a segurança pública. As informações terão sigilo garantido.

A Secretaria de Segurança Pública enfatizou que a comunicação com as famílias é primordial para o combate à violência nas escolas. Dentre as resoluções contidas no protocolo estadual, está prevista o treinamento dos profissionais como caminho de prevenção, além de ampliação do policiamento escolar. Os trabalhos incluem ainda o videomonitoramento, reforço da patrulha escolar e criação de uma central de monitoramento.

Bahia

A Segurança Pública da Bahia divulgou também um canal para comunicação de possíveis ameaças (reais ou falsas). O número disponibilizado é o 181. O governo informou que as informações serão tratadas de maneira emergencial pela Superintendência de Inteligência e repassadas para as forças policiais

Os trabalhos preveem ainda a intensificação do patrulhamento especializado da Ronda Escolar e das unidades da Polícia Militar. As ações de inteligência e investigação da Polícia Civil têm apoio da Coordenação de Inteligência Cibernética (Cyberlab).

Segundo a Assessoria de Comunicação do governo estadual, o delegado Delmar Bittencourt, coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil, garantiu que haverá compartilhamento de dados com outros estados.

Ceará

A Segurança Pública do Ceará anunciou que, além das ações de vigilância nas cercanias das escolas, tem investido em ações de inteligência contra desinformação e perfis que espalham ameaças. 

O governo usa monitoramento realizado pela Coordenadoria de Inteligência. Um dos resultados é que entre 3 e 11 de abril foram identificados 18 perfis em mídias sociais que relataram ameaças. 

As denúncias podem ser encaminhadas para o número 181 ou para o (85) 3101-0181.

Pará

O governo do Pará informou que vai enviar à Assembleia Legislativa do estado um projeto de lei (PL) para instituir o Programa Escola Segura e criar o Núcleo de Segurança Pública e Proteção Escola. 

De acordo com o governo, o projeto viabilizará o monitoramento por câmeras de segurança nas escolas, o fortalecimento da ronda escolar nos 144 municípios do estado e a definição de protocolos de segurança, com participação de psicólogos e assistentes sociais. 

Segundo o governo, o foco é o desenvolvimento de ambientes seguros e harmônicos, com agentes públicos treinados para melhor atender alunos, familiares, a comunidade e equipes escolares.

Amazonas

O governo do Amazonas informou que trabalha na elaboração de projetos para aderir ao edital de chamamento público do Ministério da Justiça e Segurança Pública para o Programa Nacional de Segurança nas Escolas. 

De acordo com o governo estadual, as ações de segurança já estão sendo fortalecidas, com iniciativas nas escolas do Departamento de Prevenção à Violência em parceria com a Secretaria de Educação.

Rio Grande do Sul

O governo do Rio Grande do Sul anunciou a intensificação do policiamento nas proximidades das escolas e o monitoramento dos chamados grupos de ódio. 

Segundo o governo gaúcho, o reforço policial será mantido pelo tempo que for necessário para tranquilizar a população quanto à segurança de alunos, professores e demais profissionais da educação.

O estado também vai promover ações de comunicação para orientar sobre os canais oficiais para denúncias: o telefone 190, para situações de emergência, e telefone 181 para denúncias. Não há necessidade de identificação do autor, e os canais funcionam 24 horas.

-AGÊNCIA BRASIL

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Educação

PROFESSOR ACUSADO DE AMEAÇAR ESTUDANTES COM FACA É DEMITIDO

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A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou, nesta terça-feira (2), a demissão do professor Rafael de Freitas Leão, acusado de ter ameaçado estudantes com uma faca e spray de pimenta durante uma confusão com os universitários em outubro do ano passado. O docente alega que se sentiu ameaçado pelos alunos, que estariam, segundo ele, o impedindo de dar aula por causa de uma paralisação estudantil.

A demissão do professor foi publicada na edição desta terça no Diário Oficial do Estado, por meio de portaria. O documento afirma que o professor foi desligado da universidade por descumprir o Estatuto dos Servidores da Unicamp “com uma falta disciplinar gravíssima”.

Em nota, a Unicamp diz que a decisão foi tomada com base no relatório final produzido pela Comissão Processante Permanente, que analisou o caso, e referendado posteriormente pela Procuradoria-Geral da universidade.

– O processo na Comissão Processante Permanente transcorreu conforme determinam as regras internas da universidade, garantindo ao docente todas as possibilidades de exercer a sua ampla defesa – disse a instituição, em nota.

Rafael de Freitas Leão era docente do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) da Unicamp. Ele se graduou, fez mestrado e doutorado em Matemática pela mesma universidade, conforme consta no currículo Lattes do professor.

A defesa de Leão foi procurada, mas afirmou que vai se manifestar nesta quarta (3). O agora ex-docente da Unicamp estava afastado das atividades acadêmicas desde 4 de outubro do ano passado, um dia depois de um desentendimento com estudantes dentro da universidade, no câmpus de Campinas, interior do estado de São Paulo.

Na ocasião, parte dos universitários defendia uma paralisação das aulas em protesto contra a situação das universidades estaduais e em defesa da contratação de mais professores.

Os estudantes dizem que estavam comunicando os professores sobre a decisão da assembleia de paralisação, quando Leão teria avançado sobre eles com um canivete.

Ainda na versão dos alunos, os discentes teriam se aglomerado em frente à porta para impedir que Leão escapasse. Como reação, o servidor espirrou spray de pimenta contra os universitários, e foi contido por seguranças da Unicamp na sequência.

Tanto o professor quanto os alunos foram encaminhados ao 1º DP de Campinas. Em depoimento à polícia, Leão alegou na ocasião que um grupo de alunos entrou na sala e o impediu de ministrar uma aula e, para se defender, teria utilizado uma faca e um spray de pimenta. Ele afirmou também que já tinha sido ameaçado pelos estudantes em outras oportunidades.

O relatório feito pela Secretaria de Vivencia nos Campi, órgão responsável pela segurança do câmpus, confirmou que Leão estava portando uma faca e um spray de pimenta. Com base no documento, a reitoria decidiu instaurar um Processo Administrativo Disciplinar e afastar o professor.

A Polícia Civil investiga o caso por meio de um Termo Circunstanciado (TC) pelo 7° DP de Campinas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o episódio foi registrado como lesão corporal e incitação ao crime, e encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).

– Os laudos periciais foram encaminhados para análise do Poder Judiciário – disse a pasta em nota nesta terça.

Em manifestação nas redes sociais, o Diretório Central dos Estudantes da Unicamp classificou o desligamento do servidor como “vitória da greve estudantil”.

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OLIMPÍADA DE QUÍMICA TEM ÚLTIMA SEMANA PARA INSCRIÇÃO

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A USP está com inscrições abertas para a edição 2024 da Olimpíada de Química de São Paulo, competição de conhecimentos destinada a alunos do ensino médio de escolas públicas e particulares. A primeira etapa consiste no envio de uma redação que deve debater o tema “Química no combate às Fake News”. Inicialmente com inscrições até 15 de março, a iniciativa gratuita teve as inscrições prorrogadas até o dia 25 de março. O processo é feito on-line pelo site app.fuvest.br.

Organizada há 27 anos, a Olimpíada de Química de São Paulo premia e seleciona anualmente dezenas de estudantes para a etapa nacional do evento, que por sua vez é a porta de acesso para a Olimpíada Internacional e para a Olimpíada Ibero-Americana.

De acordo com o professor Mauro Bertotti, do Instituto de Química (IQ) da USP e um dos coordenadores do evento, a Olimpíada de Química de São Paulo tem três grandes objetivos.

“Um deles é demonstrar para os alunos do ensino médio que a química é uma ciência interessante e que ela pode trazer benefícios para a sociedade. O segundo, é identificar alunos que têm facilidade na área e que podem, em uma etapa posterior, participarem da edição nacional e de competições internacionais. O último objetivo é criar um vínculo entre a USP e as escolas paulistas de ensino médio, especialmente as escolas públicas.”

Serão selecionados 150 alunos pelas redações e estes se juntam a outros que participaram de diferentes processos, totalizando cerca de 300 participantes na fase final. Os outros processos podem ser consultados no site da Olimpíada de Química. Aqui.

Fase final

A fase final consiste em uma prova de conhecimentos que será realizada no dia 8 de junho, a partir das 9 horas, no Instituto de Química da USP.

“Ela é feita na forma de vídeo e os alunos precisam descrever o que acontece nos experimentos e elaborar respostas a partir das perguntas formuladas pela banca da Olimpíada de Química”, informa Bertotti.

Os mais bem classificados recebem medalhas e premiações em dinheiro. Serão distribuídas 120 medalhas e 20 premiações em dinheiro, dez para cada categoria – segundo e terceiro ano do ensino médio. Recebem os prêmios o primeiro, segundo e terceiro colocados, alunos e professores de escolas públicas e as mulheres com maior pontuação.

Ao longo do dia, o Instituto de Química oferece diversas atividades para alunos, pais e professores, como palestras, visita aos laboratórios e show de química.

A cerimônia de premiação será realizada no final da tarde do dia 8 de junho, no Centro Cultural Camargo Guarnieri, campus Butantã da USP.

Escolas públicas

Este ano a Olimpíada de Química de São Paulo desenvolveu diversas ações em prol de alunos de escolas públicas, como o maior número de convocados para a fase final, aula de reforço para os selecionados nesta fase e premiação diferenciada.

Uma das formas de acesso à graduação na USP são as competições de conhecimento. Os participantes desta e de outras competições podem ingressar diretamente sem a necessidade de vestibular. Saiba mais na reportagem do Jornal da USP.

Organizada pelo Instituto de Química (IQ) da USP e pela regional de São Paulo da Associação Brasileira de Química (ABQ-SP), a Olimpíada de Química de São Paulo conta com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, da Pró-Reitoria de Graduação, ambas da USP, da Fuvest e da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

SÃO PAULO

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Educação

UNIVERSIDADE QUE TEVE ALUNOS NUS EM RECEPÇÃO PODE SER INVESTIGADA

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A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) pode se tornar alvo de investigação na Justiça por causa de uma performance ocorrida na última sexta-feira (8), na qual estudantes veteranos ficaram nus durante o que chamaram de “apresentação artística” para “acolher da melhor maneira possível” os calouros. A iniciativa gerou polêmica tanto na instituição quanto nas redes sociais.

De acordo com o colunista Paulo Cappelli, do site Metrópoles, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que agora é presidida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), deverá solicitar ao Ministério Público Federal (MPF) a abertura de uma investigação sobre o caso. Antes disso, no entanto, Nikolas deve levar o tema aos membros da comissão no Congresso.

Ao comentar a atividade, a FURG disse que a iniciativa fez parte do programa Acolhida Cidadã, que teria como objetivo recepcionar “da melhor maneira possível” os calouros.

Além disso, a instituição alegou que, “devido à mudança de paradigma”, seria necessário “mostrar o contexto da universidade” aos novos alunos, com “uma boa recepção daqueles que já estão inseridos nela”. Não ficou claro, porém, como estaria inserido o contexto da nudez nessa atividade.

PLENO.NEWS

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