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Economia

STF retoma nesta quinta o julgamento sobre a correção do FGTS

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O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quinta-feira (27) o julgamento da revisão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que poderá mudar a correção e beneficiar 117 milhões de contas do fundo, entre ativas e inativas.

A decisão havia sido suspensa na última quinta-feira, após os ministros Luís Roberto Barroso e André Mendonça votarem. Barroso, que é relator da ação, defende que o FGTS tenha a mesma remuneração da poupança, mas não que os ganhos sejam retroativos à ação. O ministro Mendonça acompanhou o voto do relator. 

Atualmente, o fundo rende 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial), que tem ficado próxima de zero. Já a caderneta rende 6,17% ao ano mais TR. A ação, aberta pelo partido Solidariedade em 2014, questiona a correção do dinheiro depositado nas contas do fundo.

Como a taxa é menor que a inflação, a ação pede a substituição pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ou pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), além da correção dos saldos desde 1999. O argumento é que a perda em relação à inflação teria sido de 48,3% até 2013.

A AGU (Advocacia-Geral da União), em manifestação ao STF, apresentou uma estimativa de impacto aos cofres públicos de R$ 661 bilhões. O órgão afirma que o FGTS, que tem cerca de R$ 118 bilhões disponíveis em caixa, pode deixar de operar caso a ação seja aceita pelo Supremo.

Desde 2019, o andamento de todos os processos está suspenso por decisão do relator da ação, o ministro Luís Roberto Barroso. Em 2018, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) havia determinado unificar o entendimento e manter a TR como índice de correção do FGTS, em decisão desfavorável aos trabalhadores. Mais de 200 mil ações judiciais continuam suspensas e aguardam uma definição do Supremo.

Mudança nas contas

Para advogada Ana Cecília Fernandes, especialista do site calculojuridico.com.br, o cálculo para saber quanto vai mudar o saldo das contas ainda depende da decisão da Corte. “Além da aprovação da correção, tem a questão da aplicação dos efeitos da decisão. Os dois ministros, que já votaram, entendem que a troca da TR por outro índice de correção mais favorável, no caso a poupança, não terá efeito retroativo. Isso significa que apenas a partir da data do julgamento ou da publicação da ata do julgamento que essa decisão valerá, ou seja, apenas a partir de agora que os saldos do FGTS seriam corrigidos com um novo índice”, afirma a advogada.

“Sobre os meses anteriores, os dois ministros votaram no sentido de que o trabalhador teria que fazer ou um acordo com a Caixa, ou o legislativo teria que decidir se ele teria direito de receber a restituição dos valores da correção dos meses anteriores”, acrescenta Ana Cecília.

Voto

Em seu voto, Barroso questionou a remuneração das contas dos trabalhadores com índice menor que a correção utilizada na poupança. “Uma aplicação financeira compulsória, muito semelhante à poupança, em que os cotistas são forçados a aceitar uma remuneração extremamente baixa e inferior a qualquer outra aplicação de mercado, sem ter liquidez. O titular da poupança pode colocar o dinheiro em ações, mas o titular o FGTS não pode”, questionou.

Sobre a distribuição de lucros, o ministro disse que distribuição é facultativa e incerta. Contudo, o ministro admitiu que a contribuição para as contas pode aumentar. “A remuneração do FGTS não pode ser inferior à da poupança, sob pena de confisco, de apropriação ilegítima de um direito de propriedade do trabalhador. Isso significa que a sociedade pode ter que arcar com maiores valores, caso deseje financiar obras de interesse público a baixo custo. Nada mais justo que onerar todo mundo, sobretudo o que tem mais, com o custeio de providencias que são do interesse de toda comunidade”, completou.

Em seguida, o ministro André Mendonça seguiu o relator. Faltam ainda os votos de Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Kássio Nunes Marques, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Edson Fachin. A presidente do STF, ministra Rosa Weber, não é obrigada a votar, mas pode apresentar seu entendimento.

-CORREIO DO POVO

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Economia

VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA CRESCERAM 1% EM FEVEREIRO

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O volume de vendas do comércio varejista brasileiro cresceu 1,0% em fevereiro. Esse desempenho levou o volume de vendas do varejo ao seu ponto mais alto desde o início da série histórica em 2000. A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de que vendas totais em fevereiro atingiram R$ 209,9 bilhões. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fabio Bentes, economista sênior da CNC, afirma que ao longo do anos, os juros têm caído e hoje estão no menor patamar há um ano e meio. 

“Isso ajuda diversos segmentos do comércio, ajuda a desafixar o orçamento da população, que andou bastante apertado por conta dos problemas decorrentes da pandemia,;e vai ajudar aqueles segmentos que ainda não conseguiram se recuperar do tombo causado pela crise sanitária”, aponta.

O segundo avanço consecutivo nas vendas do comércio varejista em 2024 foi impulsionado pelo setor de farmácias, perfumarias e cosméticos, registrando um aumento de 9,9% — em janeiro, esse segmento tinha apresentado uma queda de 1,1%.

De acordo com a pesquisa, parte desse aumento foi atribuído à antecipação do aumento dos preços dos medicamentos, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a partir de abril, com uma margem de até 4,5%. Outros segmentos de destaque foram as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (+4,8%) e o setor automotivo (+3,9%). 

Expectativas

Para os próximos meses, o economista Cesar Bergo afirma que há expectativas de melhorias para o comércio varejista. Ele afirma que esse resultado acaba melhorando também a probabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 — e que inicialmente as previsões variavam entre 1.5% e 1.7%, mas com o resultado do varejo pode apontar para um crescimento acima de 2%, podendo chegar até 2.2%.

 “As expectativas são de melhoria nesse cenário de cenário de taxa de juros, com a queda gradativa da Selic. E com a inflação que tem ficado abaixo de 4%. É lógico que esse movimento do varejo acaba, de alguma forma, impactando o segmento de serviços — o que é uma preocupação do Banco Central. Mas de qualquer forma, não tenha dúvida que esses números surpreendem positivamente”, enfatiza.

Para Lélio Reis, sócio proprietário do Madô Burger Brasília, a tendência é que o comércio varejista continue melhorando ao crescimento da economia. “Nós abrimos mais uma unidade do restaurante e trouxemos a expansão da hamburgueria do Mato Grosso a Brasília. Então estamos sentindo essa melhora na economia”, pontua.

Fonte: Brasil 61

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Economia

EM ABRIL, REAL DESVALORIZA MAIS QUE O PESO ARGENTINO ANTE O DÓLAR

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Nas primeiras duas semanas do mês de abril, o real teve uma desvalorização frente ao dólar quase três vezes maior que a do peso argentino. Um levantamento realizado pelo Pleno.News identificou que, entre os dias 1° e 15 de abril, a moeda brasileira teve perda de 3,59% ante o dólar, enquanto o peso argentino teve desvalorização de 1,3% diante da moeda norte-americana.

Na cotação de abertura do mercado no dia 1° de abril, um dólar valia R$ 5,01. Já no fechamento do mercado nesta segunda-feira (15), a moeda americana estava cotada a R$ 5,19. Considerando apenas o pregão desta segunda, o dólar teve uma valorização de 1,24% frente ao real e chegou ao maior valor desde 27 de março do ano passado.

O peso argentino, por sua vez, também se desvalorizou frente ao dólar, mas em proporção bem menor que o real. Na abertura do mercado em 1° de abril, um dólar valia 857,12 pesos. No encerramento do pregão desta segunda, uma unidade da moeda americana valia 868,25 pesos.

Nos últimos dias, economistas apontaram duas razões para justificar a desvalorização do real. A primeira delas seria o temor sobre as contas públicas brasileiras. Nesta segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo terá meta de déficit zero em 2025, o que indica um afrouxamento do superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) anunciado em 2023.

Outro fator que tem desestabilizado o mercado é a possível resposta de Israel após o ataque do Irã. Economistas acreditam que, caso isso aconteça, os preços do petróleo subirão e vão pressionar a inflação nos Estados Unidos, fazendo com que ocorra uma possível fuga de investidores para o dólar, desvalorizando assim o real.

PLENO.NEWS

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Economia

DESEMPREGO SOBE E VAI A 7,8%, NO TRIMESTRE ENCERRADO EM FEVEREIRO

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A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado indica um aumento do desemprego na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2024, quando a taxa de desocupação estava em 7,6%. A alta também foi registrada em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre setembro e novembro de 2023, quando o índice era de 7,5%.

O índice atual de desemprego é o pior desde o período entre os meses de junho e agosto do ano passado, quando o percentual era também de 7,8%.

Com os resultados atuais, a quantidade absoluta de desocupados chegou a 8,535 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, pior número desde o período entre abril e junho de 2023, quando o total era de 8,647 milhões.

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